domingo, 17 de abril de 2011

UM CONTO DE FADAS HOMOAFETIVO: CASAMENTO DE UM “GAY” COM UMA TRAVESTI NO COPLEXO PENITECNIÁRIO DE EZEIZA NA ARGENTINA.

Por Thonny Hawany

Na manhã da última quarta-feira, dia 13 de abril de 2011, uma peruana e um argentino se casaram legalmente no Complexo Penitenciário I de Ezeiza, na Argentina. Até aqui, nada de novo, se os noivos não fossem Eduardo P. (gay) e Vivian G. (travesti). Uma história digna de um conto de fadas.

O casamento entre Eduardo, detento do pavilhão destinado a homossexuais, e Vivian, presa no pavilhão para travestis, aconteceu dez meses depois da aprovação da lei que autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina.

Os noivos se conhecerem fora da prisão, em 2005, mas, por força do destino, acabaram na mesma unidade penitenciária tempos depois. Vivian usou de diversos subterfúgios, inclusive de greve de fome para que fosse permitido o seu encontro com Eduardo nos lugares frequentados pelos detentos nas atividades diárias do claustro.

Como em todas as grandes histórias de amor, Eduardo tentava dissuadir sua amada do martírio em que se submetia com a greve de fome, tentando alimentá-la e também lhe deixava bilhetes e cartas reafirmando o seu amor e procurando demovê-la do sacrifício.

Com o passar dos tempos, o amor de Eduardo e Vivian foi mais forte que as paredes frias do claustro. No dia 13 de abril, com tudo o que se pode ter de direito, a cerimônia do casamento aconteceu segundo os mandamentos (vestido branco, buquê, alianças e convidados. Emocionada, Vivian declarou que “sonhava com isso desde que tinha 12 anos [...]. Sempre disse que com 18 anos começaria a me preparar para ter uma família. Queria ser mulher".

Para que este conto da fadas receba o e-foram-felizes-para-sempre, é preciso que Eduardo e Vivian paguem o que devem para a sociedade. Ela deverá recuperar sua liberdade em aproximadamente um ano; ele ainda espera decisões judiciais a cerca de seu futuro.

O importante é o amor. Espero profundamente que sejam felizes e que esta linda história de amor sirva de partida para que ambos resgatem a liberdade e vivam socialmente de forma digna e dentro dos parâmetros estabelecidos pela ética, pela moral, pelo bom senso, pelos bons costumes e, acima de tudo, pela lei. Parabéns aos noivos! E, como diríamos aqui no Brasil, numa situação como essa: Viva os noivos!

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