sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

MILITAR HOMOSSEXUAL PEDE APOSENTADORIA NO EXÉRCITO

Por Thonny Hawany

A história do militar Laci Marinho de Araújo de 39 anos já é bastante conhecida de todos nós brasileiros, especialmente, daqueles que acompanham os acontecimentos LGBT por todos os ângulos. Nesta última semana de dezembro, aconteceu mais um capítulo dessa história que parece não ter um final feliz.

Laci Araújo, depois de assumir sua homossexualidade e que mantinha uma união estável de 13 anos com outro também militar, pediu sua aposentadora no exercíto com base numa “ata de inspeção de saúde” pela qual é considerado inábil para o serviço militar. Segundo as afirmações de Araújo e Figueiredo ao Portal G1, a saúde de Laci foi agravada em virtude do preconceito que sofrera depois que assumiu sua orientação sexual. E isso é absolutamente possível. Eu que o diga!

Laci Marinho Araújo foi preso pelo Exército brasileiro ao assumir, em entrevista, para a Revista Época, seu relacionamento com o seu companheiro de farda, Fernando Alcântara de Figueiredo, em 2008 e, agora, será afastado das forças armadas. Segundo o site G1, o Comando Militar do Planalto não quis se manifestar sobre as novas afirmações de Laci.

Resta-nos, portanto, aguardar para ver o desfecho dessa história que, a meu ver, ainda irá durar por muito tempo. Laci e Fernando foram os primeiros militares homossexuais a se manifestarem e se exporem da forma como expuseram. Segundo eles próprios sofreram todo o tipo de discriminação e de ataques homofóbicos.

Para Laci, a sua aposentadoria “é uma imposição que eles [militares] estão fazendo. Vou me aposentar, mas ganhando menos do que eu recebo hoje. É como se eles quisessem se livrar de mim”. Segundo informou seu companheiro Alcântara, ele também enfrenta resistência e discriminação no Exército. “Eu sinto que é como se eles [Exército] não merecessem minha presença. Por que pelo fato de eu ser homossexual meu sangue tem menos importância para eles que o de um heterossexual?"

Enquanto os Estados Unidos da América trabalham pela aceitação de gays e lésbicas no seu exército, uma ata de inspeção de saúde do nosso exercito torna Laci Marinho de Araújo incapaz para o serviço e deverá fazer o mesmo para se livras de Fernando Alcântara e de todos os outros gays e lésbicas que assumirem publicamente.

Está mais do que na hora de as Forças Armadas do Brasil revisarem seus regulamentos e códigos para contemplar com exauriência e amplitude o direito de todos os LGBT – lésbicas, gays, bissexuais e transexuais – poderem servir ao seu/nosso país.

Pagamos nossos impostos, votamos e até somos votados. Temos muitas habilidades; aliás, temos todas as habilidades que outra pessoas de qualquer outra orientação sexual tem. Por que não podemos servir ao nosso país como militares da marinha, da aeronáutica ou do exército?

FONTE E FOTO: G1
















Um comentário:

  1. Mas tem um detalhe aí: isso é um problema mais do exército, e nem tanto das forças armadas em geral.
    Todos os casos mais agressivos de homofobia de que a gente toma conhecimento vêm do exército. É raro ver uma situação assim se passando na marinha ou na aeronáutica. Não estou dizendo que não exista. Mas é bem mais raro.
    Acho que quem tem um problema sério mesmo conosco, um ódio direto contra nós, é o pessoal do exército. É com ESSES que a gente tem que se preocupar mais.

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