terça-feira, 3 de janeiro de 2012

AVANÇOS E DESAFIOS NA LUTA LGBT

"O ano de 2011 marcou historicamente a luta das comunidades homossexuais do Brasil em vários quesitos, o casamento gay foi um deles".
Carolina Sá
Este ano muitas polêmicas mudanças, leis, discussões e avanços marcaram a luta das comunidades de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais no Brasil, a chamada comunidade LGBT. Em Cacoal o grupo Arco-Íris, sempre atuante no âmbito estadual nas discussões acerca dos direitos dos homossexuais avalia 2011 como um ano positivo. O presidente de honra do grupo e professor universitário, Thonny Hawanny, falou com o Diário sobre pontos positivos e negativos do ano que encerra. Segundo ele o principal avanço foi obtido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), com a equiparação da união estável entre homossexuais e heterosexuais, em maio, e, no mês seguinte, com a autorização e reconhecimento do casamento gay no país pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apesar disso há controvérsias, já que como não se trata de lei e sim de uma decisão judicial, alguns cartórios podem se negar a fazer este tipo de casamento, conforme avaliou o militante.
Casamento a vista
O próprio professor que vive um relacionamento estável com o namorado Rafael Costa desde 2010 pretende se casar no ano que vem. Rafael pretende ainda adotar uma criança, já que Thonny tem um filho já criado. Ao contrário da maioria das famílias, que condena o relacionamento de filhos homossexuais, a família do jovem Rafael aceita e respeita a orientação sexual dele. “A ideia do casamento e tudo que se refere a isso sempre parte do Rafael, ele é a parte mais família de nós dois”, contou o professor.
Oposição
Mas segundo Thonny apesar dos avanços obtidos, a perseguição aos grupos persiste por parte da igreja e de alguns radicais homofóbicos. Recentemente também houve outra questão polêmica, a retirada de pauta da PLC 122 de 2006, que trata da violência contra homossexuais no país. Isto, segundo Thonny, revela um fato preocupante, ou seja: muito se fala mas na prática pouco se faz. Para ilustrar o fato ele citou a número impressionante de homossexuais mortos no Brasil este ano. “Foram 250 pessoas mortas, todos por crimes de homofobia”, disse. A intolerância ainda é um problema nacional e internacional, já que alguns países punem com prisão  e pena de morte os homossexuais. A retirada do material conhecido como Escola sem homofobia, mas apelidado perjorativamente de ‘kit gay’, também teria sido mais uma prova de intolerância, para o professor. “Vimos a presidente dizer que o país não ia patrocinar a propaganda sobre opção sexual de ninguém”, disse com desapontamento.
OBASERVAÇÃO: Este material foi publicado originalmente no Diário da Amazônia, sexta-feira, dia 30 de dezembro de 2011. (Matéria e Foto: Carolina Sá).

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