domingo, 29 de janeiro de 2012

GRUPO ARCO-ÍRIS DE RONDÔNIA COMEMORA DIA DE VISIBILIDADE TRANS

Por Thonny Hawany

Hoje, domingo, 29 de janeiro de 2012, o Grupo Arco-Íris de Rondônia (GAYRO), comemorou, pela primeira vez, o Dia de Visibilidade de Travestis e de Transexuais na esquina da Avenida Amazonas com Rua Antônio Deodato Durce, centro, no município de Cacoal. Além de uma pequena confraternização com direito a distribuição de sanduiches naturais e refrigerantes, o GAYRO também deu a cada travesti e transexual que encontrou pela cidade uma rosa vermelha simbolizando a luta contra a homofobia.

A atual presidenta do Grupo Arco-Íris de Rondônia, Guta de Matos, compareceu ao evento sempre muito responsável com a causa LGBT, afirmou que esse dia, “embora comemorado timidamente, representava muito na luta iniciada no município e região há aproximadamente seis anos”. Guta de Matos afirmou também que o seu mandato à frente do GAYRO está se encerrando, mas que não deverá se afastar da militância. Segundo ela, a sua luta em favor da comunidade LGBT está no sangue e já faz parte de sua missão aqui na terra.

O Grupo foi recebido no espaço pela travesti Latifa Star que, representando às demais, afirmou que estava muito feliz por saber que as pessoas se importavam com elas (as travestis). “Não estamos na rua porque queremos, estamos aqui porque precisamos. A rua é o nosso local de trabalho. É aqui que conseguimos ganhar o necessário para a nossa sobrevivência”, afirmou Latifa Star, sempre muito simpática e alegre.

Para Mikaela Cândida, o evento significou muito mais que um dia de visibilidade. Mikaela, ao falar, lembrou a todos do tempo em que ela também dependia da rua para sobreviver. “Hoje, eu estou empregada, sou funcionária pública e sou respeitada da forma como eu sou. O trabalho deu-me a dignidade e o reconhecimento de que eu precisava para me sentir feliz e segura. Gostaria que todas as travestis e transexuais tivessem a mesma sorte que eu tive ao aderir à causa do Grupo Arco-Íris de Rondônia, tornando-me militante LGBT. Hoje, luto por todos, mas confesso que estou sempre buscando dias melhores para as minhas amigas que ainda dependem do “ponto” para se manter”. Além de outros assuntos, Mikaela Cândida e Marco Aurélio, ambos do GAYRO, distribuirão insumos e falaram da importância de se prevenir contra as DSTs e Aids.

O professor Thonny Hawany, fundador, presidente de honra do Grupo Arco-Íris de Rondônia e, muito possivelmente, futuro presidente para o biênio 2012/2013, iniciou sua fala lembrando a todos do caso da transexual morta em 2012, às margens do Rio Machado. “Não podemos nos esquecer do que aconteceu com Elisa Brasil, todos nós LGBT corremos o risco de morrer em virtude de sermos homossexuais, mas ninguém é mais vulnerável à homofobia que as travestis e as transexuais, especialmente, aquelas que fazem ponto para sua subsistência”. “O ocorrido com Elisa Brasil, em Cacoal, e com mais de duzentos e cinquenta outros homossexuais pelo Brasil, segundo dados do Grupo Gay da Bahia, põe-nos em alerta vermelho. A Homofobia é real e pode ser emanada de qualquer pessoa, em qualquer lugar. O homofóbico pode estar nos espreitando de algum lugar próximo, pode até mesmo estar entre nós. Sugiro que todos e todas afastemo-nos, o mais longe possível, do perigo, seja ele qual for”, afirmou o professor Thonny.

A prostituição não é a profissão mais digna do mundo, mas é a única que resta a quem não tem um lugar na família, na igreja, na escola e no mercado de trabalho em vista de ser o que é: travesti e transexual. O Dia de Visibilidade Trans serve-nos para refletirmos sobre a condição humana dessas companheiras que sofrem, muitas vezes, sem voz.

Além do evento na Avenida Amazonas com Rua Antônio Deodato Durce, o Grupo Arco-Íris de Rondônia – GAYRO – também mandou fazer e fixar faixas pela cidade, com dizeres positivos e afirmativos referentes ao Dia de Visibilidade Trans para que a sociedade tome ciência. Por fim, o professor Thonny Hawany, afirmou que “no próximo ano, será diferente, o GAYRO deverá, além da confraternização, promover um ciclo de palestras com profissionais do Direito, da Saúde, da Educação, da Segurança, do Serviço Social e de outras áreas não menos importantes para a proteção e efetivação da dignificação das travestis e transexuais de Cacoal e Região.










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