terça-feira, 11 de novembro de 2014

O NASCIMENTO DE ORANIAN

Quando Ogum fez a guerra contra Ogotum, ele trouxe sete mulheres. Uma destas escravas, Lakangê, era tão bonita que ele a escondeu para si, amando-a secretamente. Mas, alguns falsos amigos apressaram-se em denunciá-lo ao seu pai.

Odudua, furioso, mandou chamar Ogum e falou-lhe, gritando: "Que atrevimento! Você traz-me seis mulheres, verdadeiras feiúras e, segundo disseram-me, você deixou para si a mais bela, que parece ser uma jóia delicada. Ah! Os jovens não têm mais respeito nem consideração por seus pais! Onde vamos chegar com tanta insolência e desrespeito? Ogum, traga-me esta mulher sem mais um minuto de demora!"

Ogum, assustado com a cólera de seu pai, não ousou confessar o que se passava entre ele e Lakangê. Com a morte na alma, ele entregou sua bela mulher a Odudua. Este, encantado, fez dela sua companheira predileta.

Nove meses mais tarde, Lakangê teve um filho. Para grande surpresa de todos, o corpo do recém-nascido tinha a originalidade de ser metade preto, metade branco. Metade preto, à direita, pois a pele de Ogum era muito escura. Metade branco, à esquerda, pois a pele de Odudua era muito clara.

Odudua, confuso, baixou a cabeça e nada soube dizer. Mais tarde, esta criança tomou-se um guerreiro famoso. Homem valente à direita homem valente à esquerda. Homem valente em casa, homem valente na guerra. Ele foi o fundador do reino de Oyó e o pai de Xangô.

FONTE DO TEXTO: VERGER,  Pierre Fatumbi. Lendas africanas dos orixás. 4.ed. Salvador: Corrupio, 1997.

FONTE DA IMAGEM: http://www.vetorial.net/~rakaama/o-oraniam.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário